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Foto do escritorGustavo Loiola

Do homo economicus ao "homo empaticus"​

Atualizado: 24 de jun. de 2020

English version below




O homo economicus é um termo das ciências econômicas que surgiu em meados do século XIX e de certa forma serviu de base para construir a sociedade que temos nos dias de hoje. O conceito se refere ao homem econômico racional, ou seja, que toma todas as suas decisões unicamente pela racionalidade. Em sua definição ainda assume que a razão essencial do indivíduo é o seu interesse pessoal acima dos outros, e que esse driver é que legitima a atividade econômica.


Conseguimos então, perceber que isso moldou o pensamento político e econômico de gerações, com estruturas sociais e organizacionais baseadas em incentivos, recompensas e punições. Um bom exemplo disso é o modelo implementado por Henry Ford, que se utilizava da mínima comando e controle, com uma certa robotização dos processos da atividade humana e estrutura hierárquica estática de liderança.

Essa conta simples, do ser humano apenas racional, se mostrou frágil com o passar dos tempos. A humanidade hoje enfrenta inúmeros desafios, que passam pelas mudanças climáticas, esgotamento de recursos, déficit na educação, pobreza, fome e crise financeira. Como foi escancarado durante essa pandemia global, tanto as economias mais prósperas, quanto as mais fragilizadas, vem falhando em como resolver esses problemas e em equilibrar tudo isso. As estruturas de governança existentes são inadequadas para melhorar a situação.

A boa notícia é que esse pensamento vem se tornando cada vez mais ultrapassado. Desde os anos 80, grandes empresas e corporações passaram a investir em sistemas que confiavam na cooperação humana ao invés de puramente incentivar compensação, punição ou controle hierárquico. O ser humano ha tempos vem rompendo com o mito do “egoísmo” e embarcando na ideia da empatia e da humanidade. A cooperação é a chave da transformação; E o homo empaticus é o símbolo dessa transição.

É possível observar dia após dia disrupções tecnológicas, ideológicas e científicas - novas tendências, ideias, práticas e hábitos vem e vão o tempo todo. A nossa trajetória aqui nesse planeta já provou que quando algum sistema estável - uma economia ou um país, por exemplo - sofre alguma ruptura, ele se direciona para uma nova abertura, ou um novo panorama de transformação. Ou seja, uma crise é um momento de examinar as práticas antigas, refletir e construir coisas novas que se adaptem as mudanças e sejam mais resilientes. A inovação aparece nesses momentos.

Novamente, a história também mostra que o homem pode ser mais do que apenas racional. Quanto mais empático e solidário é o indivíduo, mais propenso é em levar os interesses dos outros indivíduos em consideração. Esse sentimento de empatia é que nos faz querer cooperar e colaborar, construindo um novo interesse em prol da coletividade.

A lição é clara, somos capazes de muito mais do que egoísmo e materialismo. Tenho certeza que nesse período de quarentena essa reflexão já passou pela sua cabeça. Somos capazes de construir uma sociedade mais sustentável, com economias e políticas mais equitativas e inclusivas. Cooperação e lucro podem co-existir. A nossa geração deve romper com os padrões que favorecem os gatilhos mais destrutivos do comportamento humano e trabalhar para desenvolver sistemas que incentivem a nova geração de líderes a atingir o seu pleno potencial social e emocional, capazes de criar e viver nesse novo mundo.

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From homo economicus to "homo empaticus"


Homo economicus is a term from the economic sciences that emerged in the middle of the 19th century and - in a way - served as a basis for building the society we have today. The concept refers to the rational economic man, that is, who makes all his decisions solely by rationality. In this definition it still assumes that the individual's essential reason is his personal interest above others, and that this driver is the one who legitimizes economic activity.


We were then able to realize that this has shaped the political and economic thinking of generations, with social and organizational structures based on incentives, rewards and punishments. A good example of this is the model "command and control", implemented by Henry Ford, with a certain robotization of the human activity processes and a static hierarchical structure of leadership.


This simple account, of the human being only rational, has shown itself fragile with the passage of time. Humanity today faces countless challenges, including climate change, resource depletion, deficit in education, poverty, hunger and financial crisis. As it was wide open during this global pandemic, the most prosperous and the most fragile economies have been failing to solve these problems and to balance all of this. Existing governance structures are inadequate to improve the situation.


The good news is that this thinking is becoming increasingly outdated. Since the 1980s, large companies and corporations have started to invest in systems that rely on human cooperation instead of purely encouraging compensation, punishment or hierarchical control. The human being has long been breaking with the myth of “selfishness” and embarking on the idea of empathy and humanity. Cooperation is the key to transformation; And homo empaticus is the symbol of this transition.


It is possible to observe technological, ideological and scientific disruptions day after day - new trends, ideas, practices and habits come and go all the time. Our trajectory here on this planet has already proved that when a stable system - an economy or a nation, for example - undergoes a rupture, it is directed towards a new opening, or a new panorama of transformation. In other words, a crisis is a time to examine old practices, reflect and build new things that adapt to changes and are more resilient. Innovation appears in those moments.


Again, history also shows that man can be more than just rational. The more empathetic and supportive the individual is, the more likely he is to take the interests of other individuals into account. This feeling of empathy is what makes us want to cooperate and collaborate, building a new interest for the benefit of the community.


The lesson is clear, we are capable of much more than selfishness and materialism. I'm sure that in this quarantine period this reflection has already crossed your mind. We are able to build a more sustainable society, with more equitable and inclusive economies and policies. Cooperation and profit can co-exist. Our generation must break with the standards that favor the most destructive triggers of human behavior and work to develop systems that encourage the new generation of leaders to reach their full social and emotional potential, capable of creating and living in this new world.


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